Aos 88 anos, morre de câncer o professor Balduíno Lelis, criador da Universidade Leiga do Trabalho, em Taperoá
Por Edmilson Pereira - Em 4 anos atrás 1116
Vítima de câncer, faleceu nesta segunda-feira (21), o professor e historiador Balduíno Lelis, criador da Universidade Leiga do Trabalho. Ele morreu, em casa, aos 88 anos, em sua residência, na cidade de Taperoá. Com o agravamento do câncer um grupo de amigos de Balduíno Lélis tinha decidido criar uma campanha para arrecadar fundos e patrocinar seu tratamento de saúde.
O velório de Balduíno está acontecendo na Câmara de Vereadores e o sepultamento acontece nesta terça-feira (22), às 16h, no cemitério de Taperoá.
Balduíno dedicou sua vida à “cultura, arqueologia, paleontologia e a preservação da memória do povo paraibano”, como costuma dizer. Concluiu apenas o primário na escola Dona Antônia Lélis. Autodidata, aprendeu a falar Espanhol, Frances e Italiano e Merrime (Kanella) língua indígena.
Durante sua vida profissional tornou-se referência no país e no mundo, quando citado pela Enciclopédia Britânica pela relevância das pesquisas por ele realizadas sobre a cultura pré-histórica nos sítios arqueológicos da Itacoatiara do Ingá. Lecionou na Universidade Federal da Paraíba e da Universidade Federal do Ceará. Na Universidade de Tóquio (Japão), esteve como professor convidado para ministrar palestras sobre baleias pleistocênicas.
Cinema – Atuou no primeiro longa metragem rodado na Paraíba “ Fogo Salário da Morte, produção de José Bezerra e Solha, também foi dele o papel do Capitão Antônio Silvino no longa “Menino de Engenho”, uma produção de Glaber Rocha e Walter Lima.
E ainda São Gregório no filme “São Gerônimo “de João Bressane , o Coronel Bezerra na minissérie o Auto da Compadecida (gravado em Taperoá) e o pai de Padre Rolim no longa “Um Sonho de Inacim – O aprendiz de Padre Rolim , direção de Eliézer Rolim. Fundou também com seus amigos cineastas a Academia Paraibana de Cinema .
Universidade – E em 1987, diante do êxodo nordestino, criou a Universidade Leiga do Trabalho em pleno coração do cariri. “Onde os ofícios são repassados de uma geração para outra e ai sim garantir que a cultura do fazer de hoje e ontem possam acontecer no futuro”, dizia orgulhoso.
Hoje, a Universidade Leiga é reconhecida pelo Ministério da Cultura como Pontão de Cultura que capacita e forma os jovens como “Guardiões da Memória”.
Museus – Balduíno implantou 14 museus, chamado pelos “notáveis”: Museu Escola e Sacro da Paraíba, Museu Zoobotânico Arruda Câmara, Museu Epitácio Pessoa (Tribunal de justiça da Paraíba), Museu da Terra e do Homem, Museu de Augusto dos Anjos e Memorial de Humberto Nóbrega (Unipê).
E ainda: Memorial da Energia Cruz do Peixe JP, Museu Histórico de Monteiro, Museu Nacional dos Carros de Boi (Monteiro) ,Memorial de Miguel Guilherme (Sumé), Museu Histórico e Cultural de Cabaceiras, Museu Nacional do Bode (Cabaceiras) e Museu Didático e Antropológico da FAFI (UFPB). Por conta da criação de tantos museus, ficou conhecido como “O senhor museus”.
Fonte: Paraíba Notícia com informações do Blog de Helder Moura