Anatel vota edital do leilão do 5G, que promete internet 20 vezes superior a 4G, em reunião extraordinária na segunda-feira

Anatel vota edital do leilão do 5G, que promete internet 20 vezes superior a 4G, em reunião extraordinária na segunda-feira

Por Edmilson Pereira - Em 4 anos atrás 618

O Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deve aprovar o edital do leilão do 5G já no início da próxima semana. Os conselheiros marcaram reunião extraordinária na segunda-feira, 1º de fevereiro, às 10h, e o edital de licitação será o único item da pauta.

A tecnologia 5G é a quinta geração das redes de comunicação móveis. Ela promete velocidades até 20 vezes superiores ao 4G e permite um consumo maior de vídeos, jogos e ambientes em realidade virtual. O leilão do 5G está previsto para o fim do primeiro semestre.

A Anatel deve propor o uso de todo o espectro da faixa de 3,5 GHz para o 5G, que totaliza 400 MHz. A frequência será dividida em cinco lotes de 80 MHz cada, sendo quatro de alcance nacional e um regional.

Essa proposta levará, obrigatoriamente, à migração dos canais de televisão que hoje são transmitidos por antena parabólica para uma nova banda satelital. A área técnica da Anatel já havia avaliado que os custos da migração seriam semelhantes aos da mitigação – que exigiria o uso de filtros e não seria uma solução definitiva.

Os usuários de baixa renda deverão receber kits para não perderem o acesso. Esse custo será bancado pelas empresas que vencerem o leilão, assim como o gasto de migração dos canais.

Apesar de toda a polêmica envolvendo os conflitos entre o governo e a China, a Huawei, principal fornecedora da tecnologia 5G, não será proibida de fornecer equipamentos às teles que disputarem o leilão. A proibição somente poderia ser concretizada por meio de decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro – o que, até o momento, não ocorreu.

O vice-presidente Hamilton Mourão já havia antecipado ao Estadão que não haveria veto a empresas chinesas. Segundo ele, os investimentos seriam abertos a todas as empresas que se adequassem aos critérios de segurança das redes impostos pela legislação brasileira e referendados pelo edital.

Com o agravamento da pandemia do novo coronavírus nas últimas semanas, o governo recuou e adotou um tom mais amistoso com a diplomacia chinesa. O Brasil depende de insumos produzidos pelo país asiático para a produção de vacinas contra a covid-19.

Para conduzir essas negociações, o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, alinhado ao deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho 03 do presidente, foi alijado das conversas.

Sem o chanceler, as reuniões foram conduzidas pelos ministros Fábio Faria (Comunicações), Tereza Cristina (Agricultura) e Eduardo Pazuello (Saúde) e representantes da Embaixada da China no Brasil. O governador de São Paulo, João Doria, também conversou diretamente com os diplomatas chineses.

Fonte: Paraíba Notícia e o Estadão