Acusado de negociar propina em compra de vacinas é desmentido e recebe voz de prisão por ter mentido na CPI da Covid-19

Acusado de negociar propina em compra de vacinas é desmentido e recebe voz de prisão por ter mentido na CPI da Covid-19

Por Elison Silva - Em 3 anos atrás 449

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), determinou nesta quarta-feira (7) a prisão do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias. Segundo Aziz, a decisão foi tomada porque Dias mentiu e cometeu perjúrio, isto é, violou o juramento de falar de verdade.

Até a última atualização desta reportagem, Roberto Dias ainda não havia deixado o Senado. Esta foi a primeira prisão determinada pela CPI da Covid.

Roberto Dias foi convocado a dar explicações sobre as acusações de que teria pedido propina de US$ 1 por dose de vacina em negociações e teria pressionado um servidor do ministério a agilizar a aquisição da Covaxin, vacina produzida na Índia. Dias nega as duas acusações.

Durante o depoimento, Aziz acusou Roberto Dias de ter mentido e ter omitido informações da comissão. O ex-diretor do Ministério da Saúde negou por várias vezes que o encontro acontecido com Dominghetti tenha sido programado, e afirmou que ocorreu acidentalmente e não foi tratado sobre venda de vacinas.

Entretanto, ainda durante a oitiva, o canal CNN Brasil divulgou áudios trocados por Dominghetti de alguns dias antes da reunião entre os dois em um Shopping de Brasília, onde foi tratado o recebimento da propina na compra das vacinas, e como confrontava com tudo que Roberto Dias depôs durante o dia, Omar Aziz deu voz de prisão por mentir na CPI sob juramento de dizer a verdade.

Alguns senadores tentaram demovê-lo da ideia, entretanto, ele disse que se alguém achasse que se tratava de abuso de autoridade, poderia ficar a vontade para processá-lo, uma vez que a voz de prisão não seria do presidente da CPI, e sim dos mais de 525 mil brasileiros que perderam a vida enquanto se negociava irregularmente a compra do imunizante que poderia ter salvo milhares de vidas.

Fonte: Paraíba Notícia Correio Braziliense