Temer revela ter sido cogitada a retirada de Pezão do governo do RJ
Por Edmilson Pereira - Em 7 anos atrás 876
Na mesma entrevista na qual afirmou que a intervenção na segurança do Rio é decisiva para o sucesso de sua gestão, o presidente Michel Temer revelou que chegou a ser cogitada a hipótese de uma intervenção total, com a retirada do governador Luiz Fernando Pezão do cargo. Temer disse ter considerado essa alternativa “muito radical” e, por isso, construiu com o próprio Pezão a medida adotada.
— A intervenção, muitas vezes, pode ser geral, pode intervir no estado e até afastar o governador. Eu não fiz isso. Cogitou-se (isso), num primeiro momento, mas logo afastei a ideia porque seria uma coisa muito radical e eu logo refutei. Refutando, ficamos com a conclusão de que deveríamos intervir na área da segurança pública e no sistema penitenciário e até foi uma coisa acordada (com o Pezão) — afirmou o presidente.
Temer lembrou que envidou dois emissários ao Rio — os ministros Raul Jungmann (Defesa) e Moreira Franco (Secretaria de Governo) — e que, após o encontro, no Rio, Pezão foi para Brasília com eles, onde teria pedido ao presidente que fizesse a intervenção no estado.
— Estamos fazendo o que chamo de uma intervenção cooperativa, porque foi acordada com o próprio governador — disse Temer.
A versão do presidente de que o governador pediu a intervenção é diferente do que Pezão afirmou no dia que a medida foi anunciada. O governador afirmou que desejava uma ampliação da Garantia de Lei e Ordem (GLO), já em vigor, para que os militares federais tivessem mais presença no Rio. Na reunião com Temer, porém, Pezão teria se convencido da intervenção e a ajudado a dobrar a resistência manifestada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
APOIO DE 84%
Uma pesquisa do Ibope, encomendada pelo governo federal e realizada no Rio de Janeiro, mostrou que 84% dos entrevistados aprova a intervenção, enquanto 67% acreditam que a situação da segurança pública do estado vai melhorar. Entre os que acreditam em uma melhora no cenário, 31% acham que isso já virá em curto prazo (um mês), 30% acham que será em médio prazo (6 meses) e 20% a longo prazo (um ano).