Fenômeno El Niño perde força favorecendo a volta do La Niña no hemisfério sul

Fenômeno El Niño perde força favorecendo a volta do La Niña no hemisfério sul

Por Edmilson Pereira - Em 10 meses atrás 328

El Niño que vivemos é um dos mais intensos já registrados. Inclusive, o ano de 2023 foi o mais quente da história. Desta vez, o fenômeno foi curto e as águas do oceano Pacífico caminham para um resfriamento – o que dará vez ao La Niña.

O que é El Niño?

Vamos começar com o básico. O El Niño é um padrão natural em que os ventos alísios (leste para oeste) perdem força. Com isso, as águas no centro e no leste do Pacífico esquentam, elevando assim a temperatura do oceano. O El Niño dura entre 9 e 12 meses e se repete em períodos de 2 a 7 anos.

Este fenômeno está associado a um aumento da precipitação em algumas áreas do Chifre da África (nordeste africano), da Ásia Central e, sobretudo, da América do Sul e do sul dos Estados Unidos. Além disso, o El Niño tende a aumentar significativamente as temperaturas globais, como vimos em 2023.

La Niña também possui consequências climáticas (Imagem: Frank McKenna/Unsplash) La Niña estará de volta

Os fenômenos não se alternam necessariamente, mas isso tem acontecido recentemente. O El Niño atual chegou no passado logo após o La Niña que durou de 2020 até 2023. Porém, ele já está perdendo força e dará lugar novamente ao Niña nos próximos meses.

Basicamente, o La Niña é evento climático oposto (daí o nome: “La Niña” é “a menina” e “El Niño” é “o menino”, em espanhol). Este evento resfria as águas do Pacífico e consequentemente diminui a temperatura dos oceanos e do Planeta.

Porém, esse resfriamento é além do normal. Portanto, apesar da diminuição da temperatura ser um ponto positivo, o evento também traz consequências climáticas. Por vir logo na sequência de um El Niño, o próximo La Niña mudará drasticamente as características de certas regiões em um espaço pequeno de tempo.

De acordo com a Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, em inglês), o El Niño já está em nível moderado e deve perder força em maio deste ano. Depois de um curto período de “normalidade”, o La Niña já chegará no segundo semestre – entre julho e setembro.

La Niña é responsável pelo resfriamento das águas do centro e do leste do oceano Pacífico (Jesse Allen/NASA) Consequência climáticas do La Niña Passagens rápidas de frentes frias sobre a Região Sul; Temperaturas próximas da média climatológica ou ligeiramente abaixo da média sobre a Região Sudeste durante o inverno; Chegada das frentes frias até a Região Nordeste, principalmente no litoral de: Bahia, Sergipe e Alagoas; Tendência às chuvas abundantes no norte e no leste da Amazônia; Chuvas acima da média para o setor centro-norte do Nordeste; Chuvas muito acima da média no leste dos estados da Região Sul, estiagem no oeste destes estados e no Paraguai.

Com o La Niña, o verão na região Nordeste costuma ser de muitas chuvas e enchentes (principalmente nos estados mais ao norte). Por outro lado, a região Sudeste fica com temperaturas abaixo do inferno na Terra normal (considerando médias do verão). Já no inverno, o La Niña deixa a estação com clima árido no Sul e Sudeste brasileiro.

Em resumo, o La Niña deixa as regiões ao sul do Brasil com clima mais árido e propensas à estiagens e secas que podem prejudicar a agricultura. Já no Norte e Nordeste, as fortes chuvas também podem provocar problemas em plantações e até em famílias ribeirinhas por conta das enchentes de rios.

Fonte: IGN Brasil

Foto:  IGN Brasil