Cenário de alta no preço dos combustíveis; Países anunciam corte na produção de petróleo e preços devem subir
Por Edmilson Pereira - Em 2 anos atrás 696
A Arábia Saudita e outros países produtores de petróleo da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) anunciaram neste domingo (2) que vão cortar a produção em cerca de 1 milhão de barris por dia.
A redução começa em maio e deve ir até o fim do ano. Sauditas e russos devem cortar 500 mil barris diários cada.
A redução da oferta de petróleo no mercado internacional deve causar um choque de preços, o que pode impactar os valores dos combustíveis no Brasil.
No fim de fevereiro, o governo retomou a cobrança de impostos federais sobre a gasolina. De início, os preços cobrados nos postos subiram, mas nas últimas semanas tiveram queda.
Os levantamentos semanais da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mostram que o litro da gasolina custava, em média, R$ 5,08 na semana anterior à volta dos impostos. Duas semanas depois, o preço havia subido para R$ 5,57. Na semana passada, estava em R$ 5,48.
Ainda assim, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, ficou em 0,69% em março, puxado justamente pelo preço da gasolina.
O resultado só não foi pior porque o preço do petróleo no mercado internacional, usado como referência pela Petrobras para vender combustível às refinarias no Brasil, estava “comportado”.
O barril do tipo Brent fechou a sexta-feira (31) custando US$ 79,77. No auge da crise de preços dos combustíveis em 2022, turbinada pela guerra na Ucrânia, chegou a US$ 140.
Agora, o ministério da energia saudita disse em comunicado que o corte voluntário foi uma medida de “precaução”, destinada a apoiar a estabilidade do mercado de petróleo. Isso porque os preços da commodity acumulam quedas sempre que há indícios de recessão na economia global, em especial nos países desenvolvidos.
A perspectiva de recessão não é nova, mas ela foi intensificada com os recentes receios de crise bancária nos Estados Unidos e na Europa, que poderiam frear ainda mais as economias impactadas pela alta recente dos juros.
Na sexta, os preços já haviam retornado ao nível anterior à crise bancária, com alívio do sentimento de que o problema pode ser maior. Agora, há um novo impulso de preço, dado por uma redução de oferta.