Pesquisa revela que o Coronavírus é mais ameaçador em locais de clima seco, mostra estudo americano
Por Edmilson Pereira - Em 4 anos atrás 738
O risco de ser infectado pelo Sars-CoV-2, causador da covid-19, depende da quantidade de partículas virais inaladas e da região do trato respiratório em que elas se alojam, segundo um estudo da Universidade Estadual de Dakota do Sul, nos Estados Unidos.
A pesquisa, divulgada na plataforma de publicação on-line medRxiv e, atualmente, sob revisão dos pares para sair na revista Plos One, teve como objetivo estudar os padrões de contágio para o desenvolvimento de uma máscara reutilizável que captura e mata o patógeno, antes que ele consiga entrar no organismo.
Saikat Basu, pesquisador do Departamento de Engenharia Mecânica da instituição, desenvolveu um modelo que analisa o tamanho das gotas dos aerossóis para rastrear a trajetória do vírus e também investigar a carga viral necessária para uma pessoa ser infectada. “Para ser contaminado, o indivíduo deve, primeiramente, inalar o vírus. Por isso, é importante entender os padrões inalatórios”, afirma Basu.
Entre outras coisas, a simulação revelou que os modelos de máscara utilizados atualmente, que cobrem o nariz e a boca, são eficazes para bloquear gotas com tamanho suficiente para alcançar a região em que o vírus inicia sua trajetória infecciosa. Basu também descobriu que o clima seco aumenta o potencial de contágio. “O Brasil, que é um país com alta umidade relativa do ar em quase toda sua extensão, pode se beneficiar disso”, diz o pesquisador.
Basu conta que um estudo da Universidade da Carolina do Norte demonstrou que a parte superior da garganta, logo atrás das fossas nasais e acima do esôfago e da laringe, a nasofaringe, é a principal zona de acesso do vírus ao organismo humano.
Pesquisas subsequentes, como uma da Universidade de Oxford, confirmaram a descoberta. As células ciliadas que revestem a nasofaringe, localizadas atrás da cavidade nasal anterior, têm um receptor conhecido como ACE2, que o vírus usa para entrar no núcleo celular. A infecção, então, se espalha desse local inicial para os pulmões por meio da aspiração dos fluidos nasofaríngeos carregados de vírus.
Inalação de ar
Para determinar quais tamanhos de gotas têm maior probabilidade de atingir a nasofaringe, Basu desenvolveu modelos baseados na tomografia computadorizada da região nasal de dois adultos saudáveis e simulou quatro taxas de inalação de ar: 15, 30, 55 e 85 litros por minuto. “A taxa de 15 litros por minuto refere-se, por exemplo, a quando você está sentado e respirando suavemente. Já de 30 por minuto corresponderia aproximadamente a sua taxa de respiração durante uma caminhada”, explicou. Ao cheirar e inspirar com força, um adulto inala de 60 a 75 litros de ar por minuto.
Fonte: Paraíba Notícia e Correio Braziliense