Desembargador federal concede prisão domiciliar a Geddel Vieira Lima

Desembargador federal concede prisão domiciliar a Geddel Vieira Lima

Por Edmilson Pereira - Em 7 anos atrás 832

O desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), converteu a prisão preventiva do ex-ministro Geddel Vieira Lima em prisão domiciliar. Ele terá de usar tornozeleira eletrônica, e está proibido de usar telefone e de manter contato com outros investigados. Ainda não há informação de quando Geddel deixará o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde ele se encontra preso.

Geddel foi detido em 3 de julho, por ordem do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília. No dia 6, após audiência de custódia na qual Geddel e Vallisney ficaram frente a frente, o magistrado manteve a prisão. Na ocasião, o ex-ministro chegou a chorar.

O principal motivo que levou Geddel à prisão foi a acusação de tentativa de obstrução de justiça. Ele é suspeito de tentar impedir eventual acordo de delação premiada do ex-deputado Eduardo Cunha e do operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro, ambos também presos. Geddel foi detido em Salvador e depois transferido para Brasília.

Na audiência de custódia, ele negou obstrução de justiça e tentou trocar a prisão preventiva por medidas cautelares alternativas, como a proibição de sair de casa, mas sem sucesso. A defesa recorreu então ao TRF1, tribunal com sede em Brasília e abrangência sobre 13 estados mais o Distrito Federal. E o desembargador Ney Bello, integrante da corte, decidiu favoravelmente ao ex-ministro.

Geddel teve prisão preventiva decretada por Vallisney a partir da Operação Cui Bono, investigação sobre supostas fraudes cometidas pelo ex-ministro no período em que esteve à frente da vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal.

O ex-ministro é acusado de se associar a Cunha, Funaro, e o ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa, Fábio Cleto, entre outros, para facilitar a liberação de financiamento para determinadas empresas em troca de propina.

A investigação começou depois a partir de mensagens encontradas em um dos celulares de Cunha apreendidos pela Polícia Federal. A apuração foi reforçada pela delações de Fábio Cleto, do empresário Joesley Batista, e do advogado Francisco de Assis, que coordenou os acordos de colaborações dos executivos do frigorífico JBS.

Na audiência de custódia realizada na semana passada, Geddel negou ter tratado de investigações dom Joesley e disse que não teve nenhum contato com Eduardo Cunha de um ano para cá.

Fonte: O Globo