Paraibano de Campina Grande sela compromisso para compra da fábrica da Ford de São Bernardo do Campo
Por Edmilson Pereira - Em 5 anos atrás 1404
Os presidentes da Ford América Latina, Lyle Watters, e da Caoa, o paraibano, de Campina Grande, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, selaram na tarde desta terça-feira (03) , os entendimentos finais para a venda da fábrica da empresa norte-americana em São Bernardo do Campo (SP), no ABC Paulista, ao grupo brasileiro. O anúncio foi feito em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, na presença do governador do Estado, João Doria.
O presidente do grupo Caoa, na planta de São Bernardo do Campo serão feitos veículos “de uma marca chinesa”, sem informar qual. “Estamos negociando”, afirmou.
Carlos Alberto de Oliveira Andrade revela que o negócio não terá financiamento governamental.
A produção de caminhões da Ford na fábrica do ABC será mantida até o fim de outubro. Essa é uma das regras que foram negociadas. Inicialmente, 600 dos atuais funcionários da Ford serão mantidos.
Outros cerca de 1.500 ex-empregados da Ford que aderiram ao PDV poderão disputar 750 vagas que devem ser abertas com a chegada da nova fábrica.
Além da unidade de São Bernardo do Campo, hoje a Caoa mantém fábricas em Anápolis (GO), de onde saem os SUVs Tiggo 5X e Tiggo 7, da Chery, e também os utilitários esportivos ix35 e New Tucson, da Hyundai; e em Jacareí, no interior paulista, responsável pela produção do sedã Arrizo 5 e do SUV Tiggo 2, ambos da Chery.
Quem é Caoa, o novo dono da fábrica da Ford no ABC Paulista
Aos 75 anos, o paraibano é conhecido como bom negociador. Vindo de uma família de 17 irmãos, trabalhava como cirurgião quando comprou, em 1979, um Ford Landau em uma concessionária da marca em Campina Grande (PB). A revenda quebrou, e Caoa a comprou barato, como forma de compensar a perda do dinheiro pago pelo carro. Fundou ali a Caoa, com a fama do doutor que fazia qualquer negócio.
Formado em Medicina pela Federal de Pernambuco, Dr. Caoa aceitava como pagamento de carros usados a terrenos e cabeças de gado, passando por estoques de tijolos. Às vezes perdia dinheiro, mas o importante era fechar o negócio, segundo perfil oficial do empresário.
A fama fez com que compradores viessem de toda a região, inclusive de João Pessoa e Natal. Não demorou para que a Ford oferecesse a ele a principal concessionária do Recife e, pouco tempo depois, algumas de São Paulo. Em menos de seis anos, Caoa se tornou o maior revendedor Ford do Brasil –posto que mantém até hoje.
Fonte: Redação e o Estadão