DINHEIRO: Governadores eleitos no 1º turno somam R$ 53,3 milhões em custo de campanha
Por Edmilson Pereira - Em 6 anos atrás 843
O atual governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), reconduzido ao cargo, teve a campanha mais cara. Ao todo, ele desembolsou R$ 8,6 milhões durante o pleito. A candidatura foi financiada essencialmente pela doação de partidos, o que representou 80% das receitas — R$ 6,4 milhões. Publicidade por materiais impressos e pesquisas ou testes eleitorais são uma das principais despesas. Ele ainda precisa especificar R$ 1,5 milhão em gastos.
Em segundo lugar no ranking, o ex-senador Ronaldo Caiado (DEM), que comandará o Palácio das Esmeraldas em Goiânia, gastou R$ 8,3 milhões. Entre os principais gastos, estão a produção de programas de rádio e televisão e as despesas com pessoal. Quase metade da receita do candidato é oriunda da doação de partidos: R$ 4,1 milhões.
Fechando o ranking, Ratinho Junior (PSD) se elegeu governador do Paraná sob o custo de R$ 6,9 milhões. O financiamento contou com R$ 4,1 milhões de doação de pessoas físicas (49% do total das receitas) e o próprio candidato desembolsou R$ 1,1 milhão. Ele gastou mais com a produção de programas de rádio, televisão ou vídeo e com as atividades de militância e mobilização de rua.
Juntos, Caiado, Câmara e Ratinho desembolsaram R$ 23,8 milhões. Isso representa 44% do total de gastos. Entre os candidatos que foram eleitos, as campanhas mais em conta são a de Renan Filho (MDB), de R$ 298 mil, em Alagoas; Gladson Cameli (PP), de R$ 1,6 milhão, no Acre; Wellington Dias (PT) e Mauro Carlesse (PHS), com R$ 1,7 milhão, cada, no Piauí e no Tocantins, respectivamente; Renato Casagrande (PSB) e Mauro Mendes (DEM), com R$ 2,5 milhões cada no Espírito Santo e no Mato Grosso, respectivamente.
Carlos Manhanelli, presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, é categórico ao dizer que não existe uma clara relação gasto-voto. “Não se pode dizer que quem mais gasta é quem vence”, relata. Ele exemplifica. Na década de 1990, o valor médio do voto era de US$ 1,5. Neste pleito, ficou em 50 centavos de dólar por conta da limitação de gastos.
Um dos exemplos de gasto elevado sem sucesso é o do presidente licenciado da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf (MDB). Ele gastou R$ 9.576.584,37 e não conseguiu ir ao segundo turno na disputa paulista. Ao todo, recebeu 4.269.865 votos. Perdeu para o atual governador Márcio França (PSB) que recebeu 4.358.998 votos, tendo gasto R$1.398.781,15. João Doria (PSDB), que lidera a disputa, recebeu 6.431.555 votos e desembolsou R$ 9.355.707,60.
Ele acrescenta que uma parcela dos candidatos errou ao fazer propaganda e não marketing. “Os candidatos não se preocuparam em conhecer o eleitor, seus anseios. Usam a propaganda como tática de convencimento”, conclui o especialista em marketing político. O importante é atender a vontade do eleitor”, diz.
Por lei, os candidatos devem respeitar limites de gastos, que variam de acordo com a população. Os valores vão de R$ 2,8 milhões a R$ 21 milhões, a depender da quantidade de habitantes da unidade da Federação. Isso sem levar em consideração acréscimos de R$ 1,4 milhão a R$ 10,5 milhões permitidos em caso de segundo turno. O levantamento levou em conta somente as despesas que já foram pagas e divulgadas ao TSE até a última sexta-feira.