Câmara de João Pessoa realiza audiência pública para debater crise financeira na UEPB

Câmara de João Pessoa realiza audiência pública para debater crise financeira na UEPB

Por Edmilson Pereira - Em 7 anos atrás 824

A situação financeira e administrativa da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) foi tema de discussão durante audiência pública ocorrida, nesta sexta-feira (08), no Plenário da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). Membros da Reitoria, diretores, professores e até representantes do sindicato da instituição ocuparam a tribuna da Casa para expor os problemas e cobrar dos parlamentares um engajamento na defesa da universidade.

O vereador Lucas de Brito (PV) foi o autor da propositura para a realização da audiência. A mesa foi formada pelo deputado Raniery Paulino (MDB), pelos professores da UEPB, Rangel Júnior (reitor), Luciano Albino (pró-reitor de Planejamento), Jaqueline Barrancos (diretora do Campus 5 em João Pessoa), Hamilton França (diretor-adjunto do Centro de Ciências Jurídicas) e o presidente em exercício da Associação dos Docentes (Aduepb), Leonardo Soares. Também compuseram a mesa o vice-presidente do Sindicato dos Técnicos da UEPB (Sintes-pb), Gustavo Araújo, e o coordenador de Comunicação da instituição, Hipólito Lucena.

Na tribuna, o vereador Lucas disse que o Governo do Estado não tem como prioridade a UEPB. Segundo ele, o Poder Executivo Estado disponibiliza um orçamento bem menor para a universidade, apesar do crescimento da receita corrente liquida estadual. “É muito importante que a Paraíba tenha uma universidade estadual pública de qualidade. O principal meio de ascensão de qualquer pessoa, legitimamente, é através do conhecimento”, comentou Brito.

O vereador se comprometeu, na ocasião, em colocar o assunto, com dados e problemas apresentados, para ser discutido nas próximas sessões ordinárias da Câmara, já a partir da próxima semana. “Vamos dar sequência a esse debate nas próximas sessões ordinárias”, afirmou.

O deputado Raniery Paulino convidou todos os 36 parlamentares da Assembleia Legislativa a se unirem, independente de partido ou bancada, na defesa do fortalecimento da universidade estadual. Ele lembrou a lei 7643/2004, que dá autonomia a UEPB, foi uma decisão legislativa e por isso afeta o Poder Legislativo Estadual.

Já o reitor Rangel Júnior fez, na tribuna, uma retrospectiva histórica do surgimento da UEPB, estadualização, implantação de cursos, as lutas pela autonomia financeira e administrativa da instituição, além das inúmeras conquistas ao longo dos anos. “Estamos em busca de apoio para que a universidade possa usufruir de uma lei de autonomia financeira e administrativa, bem como da autonomia didática pedagógica. Estamos lutando, há muito tempo, pela estabilidade da UEPB”, enfatizou o professor. Para ele, a universidade tem que continuar sendo um instrumento importante de educação e de conhecimento para toda a comunidade em geral.

Em seu pronunciamento, o professor Luciano Albino destacou que a Lei 7643/2004 é um resultado de uma história de luta e um entendimento de como a universidade estadual deve ser mantida. Albino informou que está sendo muito difícil manter a UEPB com um orçamento reduzido. De acordo com ele, no ano passado o orçamento, repassado pelo Governo do Estado, foi de R$ 317 milhões e este ano chegou a R$ 289 milhões. “Isso para pagar a folha de pessoal que chega 86%, manter os oito campi, manutenção das instalações, serviços essenciais, bolsa dos estudantes, entre outras coisas”, observou.

Ainda ocuparam a tribuna para cobrar o apoio dos deputados estaduais, federais, senadores e do

próprio Governo Estadal o professor Nailson Júnior, Jaqueline Barrancos, Gustavo Araújo, Leonardo Soares, e o professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Josevaldo Cunha, que também é vice-presidente da Regional Nordeste 2, do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN/SRNE2), que engloba Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Fundação e clinicas.

Fundada em 15 de março de 1966, a UEPB tem hoje 52 cursos de graduação, 20 programas de pós-graduação, 21 mil estudantes, 1.320 professores, dos quais 500 são doutores. A instituição possui 8

campi, nas cidades de João Pessoa, Campina Grande, Guarabira, Lagoa Seca, Catolé do Rocha, Monteiro, Araruna e Patos. Entre os projetos e trabalhos desenvolvidos para capacitar os estudantes estão as clinicas com especialização em odontologia, saúde bucal, microcefalia, fisioterapia, psicologia, além de vários estudos na área de ciências agrarias, sobre o semiárido (agroecologia) e no Núcleo de Tecnologia Estratégica em Saúde (NUTS).

Fonte: Secom – Câmara