Presidente Temer avalia tirar Ministério do Trabalho do PTB

Presidente Temer avalia tirar Ministério do Trabalho do PTB

Por Wamberto Ferreira - Em 7 anos atrás 818

O presidente Michel Temer deixou a crise provocada pelos caminhoneiros de lado para discutir, na tarde desta quinta-feira (31), o futuro do Ministério do Trabalho. A pasta, comandada pelo PTB, se transformou em um manancial de escândalos. A subordinados, Temer admitiu tirar o comando do ministério do partido presidido por Roberto Jefferson.

Na quarta-feira (30), a Polícia Federal decretou a prisão do secretário executivo do Ministério do Trabalho, Leonardo Arantes, sobrinho do líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes, sob a acusação de liderar um esquema para fraudar registros de sindicatos. Também teve a prisão decretada Rogério Arantes, outro sobrinho de Jovair.

Recentemente, outro indicado por Jovair, Mikael Tavares Medeiros, um jovem de apenas 19 anos, foi demitido depois da revelação de que ele era responsável por autorizar pagamentos de até R$ 473 milhões por ano a fornecedores. A única experiência de trabalho do jovem era como vendedor numa loja de óculos. O pai de Mikael, Cristiomário Medeiros, é delegado da Polícia Civil de Goiás e aliado do líder do PTB.

Para Temer, não é mais aceitável que, em vez de tocar projetos importantes para o país, o Ministério do Trabalho ganhe espaço nas páginas policiais dos jornais. Resta saber se, mesmo com todas as notícias de corrupção, o presidente abrirá mão do apoio do partido, que tem 15 votos na Câmara. Como faz bloco com o Pros, domina 26 parlamentares.

Não custa lembrar que, por conta da dependência dos votos do PTB para se livrar de denúncias na Câmara, Temer submeteu o governo a um grande desgaste ao tentar emplacar a deputada Christiane Brasil, filha de Roberto Jefferson, para o comando do ministério.  A deputada foi impedida de assumir o cargo depois que um ex-empregado informou que ela havia sido condenada pela Justiça do Trabalho.

A caso Christiane se arrastou por mais de um mês, até que ela, o pai dela e o governo acabaram se convencendo que não havia mais como estender aquela novela. Jefferson, no entanto, emplacou o atual ministro, Helton Yomura, muito próximo de Christiane.

Redação e Correio Braziliense