Prepare o bolso: ANS define reajuste máximo de planos de saúde individual em 9,63%
Por Edmilson Pereira - Em 2 anos atrás 474
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou nesta segunda-feira, 12, a decisão de reajuste máximo de 9,63% no preço dos planos de saúde individual e familiar. A mudança, que entra em vigor com data retroativa (1º de maio), tem validade até 30 de abril de 2024.
O aumento nos planos de saúde, porém, não será imediato. Ele será aplicado pelas operadoras na data em que o contrato do serviço completa mais um ano. Além disso, a decisão não diz respeito aos planos coletivos, sejam empresários ou por adesão.
Há no mercado 8,9 milhões de usuários de planos individuais, o que representa 17,5% do setor.
O cálculo considerou um IPCA expurgado (sem planos de saúde) de 5,73% e uma variação de despesas assistenciais (VDA) de 12,69%, além de indicadores de variação de reajuste por faixa etária.
A expectativa do mercado era de que aumento ficasse na dos 10%.
No ano passado, o reajuste ficou em 15,5% — o mais alto na história do setor, como consequência da retomada dos procedimentos médicos com o arrefecimento da pandemia. Em 2021, o preço dos planos de saúde individuais teve um decréscimo de 8,19%, o que também foi inédito no setor.
O reajuste de 2023 é visto pelas operadoras como um ajuste de contas após dois anos de desequilíbrio. O setor reclama que o aumento de 15,5% em 2022 foi feito sobre um preço 8,19% menor, e foi insuficiente para cobrir a retomada dos procedimentos médicos.
Entre as grandes operadoras com maior volume de carteiras com plano individual estão a Hapvida, com 30% de seus usuários concentrados nessa modalidade. As cooperativas médicas também têm um volume maior desses clientes em comparação a outras operadoras. Já as seguradoras têm o menor volume de planos individuais.
Ao contrário dos planos empresariais, em especial o PME (pequenas e médias empresas), o convênio médico individual não cresceu durante os últimos três anos de pandemia, manteve-se no patamar dos 9 milhões.
O reajuste dos individuais é menos da metade do percentual aplicado nas demais modalidades que têm livre negociação entre operadoras e clientes.
Os convênios médicos adquiridos por pequenas e médias empresas (com até 30 usuários) estão sendo reajustados entre 16,7% e 24,9%. Essa modalidade de convênio médico é a que mais cresce no setor e já representa cerca de 13% da base total, o equivalente a 6,8 milhões de usuários, segundo levantamento feito por analistas de banco que acompanham esse mercado.
Já nos planos coletivos por adesão, com 6,1 milhões de clientes, o reajuste este ano ficou em 23%. O volume de usuários desse produto, adquirido por meio de entidades de classe, teve um comportamento semelhante ao do individual, mantendo-se no mesmo patamar desde o começo de 2020.
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